"E nunca te pergunto quando voltas. Sei que, quando decidires será por ti e apenas por ti. Agora percebo o que querias dizer naquele almoço, quando falavas de generosidade e de amizade. Esqueceste-te de dizer individualismo. És uma pessoa avulso(...) há procura da tua alma do outro lado do mundo, e eu tenho-a aqui adormecida nas mãos e não sei o que fazer dela, porque a tua alma se fundiu, em tempos com a minha e não consigo olhar para dentro do meu coração sem te ver lá(...).
Chegaste no final de Novembro. Sem quaisquer expectativas, sem nenhuma promessa. Foste entrando sem bater com portas, sem as fechar. Abriste as janelas, mostraste me outras cores. Coloriste-me a vida…
Passaram coisas boas e outras menos boas. Eu sei, não devíamos falar das coisas menos boas, mas se eu consigo falar contigo sobre as coisas menos boas, é porque já não guardo mágoa. Sabes como sou, sempre fui assim… mudaste me a vida, não a personalidade. Tal eu a tua. Mudei-te a vida, mas nunca te quis mudar a pessoa que és. Sei que não mudei.
Dois anos, de tantas coisas, de tantos sentimentos, dois anos, dois meses, que parece terem começado ontem.
Sabe muito bem olhar para trás e saborear tudo o que passamos, e conseguir sorrir. Sabe muito melhor, naqueles momentos de fúria, de desespero, ter a tua mão apertando a minha.
"Esta és tu. Com os olhos fechados, debaixo de chuva. Nunca imaginaste que um dia farias uma coisa destas. Nunca te viste como, não sei como o descreverias… como uma dessas pessoas que gostam de olhar para a lua, ou como alguém que passa horas a olhar as ondas ou o pôr do sol… Acho que sabes qual o tipo de pessoas de que estou a falar, Ou talvez não… De qualquer maneira, tu até gostas de estar assim, a combater o frio, a sentir a água passar pela tua camisa e a chegar á pele. E a sensação do chão crescer macio debaixo dos teus pés… E o cheiro... E o som da chuva a bater nas folhas... Todas as coisas de que falam nos livros que nunca leste. Esta és tu. Quem diria? TU!!!"
"Habituámo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermercado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era. Consertar? Não compensa: o arranjo sai caro, além de que nunca se sabe muito bem onde procurar a peça que falta."